Cibacromes estão definitivamente na moda. É quase que uma reação aos pretos e brancos da década passada. Sebastião Salgado fez escola e a década de 90 foi marcada por fotografias-documentário em preto e branco.

Vivemos agora a era da cor, mas não da cor-documentário e sim da cor-interpretação, da cor-autoral. Os fotógrafos se permitem agora usar a cor como os pintores usam tinta.

Felix Richter usa e abusa do conceito da fotografia-pintura.

Em Arpoador, por exemplo, as cores são definidas e saturadas. É a fotografia passando do carvão para a tinta a óleo.

Richter tem uma ligação especial com a luz, certamente por usar uma Rolleiflex.

O pessoal de produção gráfica sabe que existe uma enorme diferença entre converter uma imagem colorida em uma imagem grayscale (256 tons) e tirar a saturação até ela tirar dela a cor (16 milhões de tons). Felix Richter é fotógrafo mas poderia ser produtor gráfico também. Ele pega o cibacrome, tipicamente usado para grandes e exuberantes cores e abusa do preto, fazendo com que a cor salte ainda mais aos olhos.

A exposição, que a Galeria Tempo (SP) levou para a Casa do Saber (RJ), poderia ser maior. São poucas fotografias expostas, deixando um gostinho de quero mais na boca.

A Casa do Saber fica na Av. Epitácio Pessoa, 1164, Rio de Janeiro – RJ. Tel (21) 2227-2237.