O básico

Letras tem classificações, nomes, áreas e mais um monte de detalhes que a maioria das pessoas passa a vida sem (precisar) tomar conhecimento.

Antes de mais nada, é importante dividir o mundo em dois. Sim, eu sei, dividir para conquistar não é uma idéia nova. O mundo das serifas e o mundo das sem-serifa. Serifa é a “voltinha” na ponta da letra:

O próximo passo é saber no que essa divisão é útil para você. A primeira coisa que você precisa saber é que o olho humano usa as serifas para melhor “ligar” uma letra à outra. Então, é natural que recomende-se serifa para leituras extensas. Por outro lado, o uso das sem-serifa está tão massificado que às vezes a gente vê serifa apenas no destaque (títulos, subtítulos, etc).

Você pode misturar fontes, não é pecado mortal mas é trabalho delicado. Na dúvida jamais use mais do que duas fontes diferentes no seu documento. E se possível centralize as variações (itálico, negrito) em torno de um mesmo tema. Por exemplo, a ABNT indica que termos em outros idiomas fiquem em itálico, mas isso é só uma recomendação. Nada te impede de padronizar na sua publicação que o texto todo é sem serifa e que apenas determinados termos usam serifa. O importante mesmo é manter do começo ao fim o que você decidiu.

Esse será o nosso mantra: escolha o que quer fazer e seja fiel à sua opção, do começo ao fim do seu trabalho. Repita comigo…

Anatomia do tipo

Coloquei só as principais, tem bem mais partes anatômicas, ok? Ápice, braço, concavidade contrária, conexão da serifa, espora, link, looping, perna, stress inclinado ou vertical…

Quando alguém te perguntar qual o corpo da fonte, está se referindo ao tamanho dela. Um tamanho comum para leitura corrida, por exemplo, é o 11 ou 12. Este nome vem da época ainda do tipo móvel:

Elementos principais

a. Olho
b. Face(anterior) ou Barriga
c. Corpo

Detalhes

1. Rebarba ou talude
2. Risca ou ranhura
3. Canal ou goteira
4. Pé.

Tipografia é cheia de detalhes mas a regra básica e mais importante é: você precisa conseguir ler o que está escrito. Pode parecer óbvio mas acredite, este é o grande x da questão. Legibilidade é a meta de ouro do uso de fontes.

Fonte da boa

A gente considera uma fonte “boa” quando ela é completa, quando ela fornece letras acentuadas em vários idiomas, maiúsculas e minúsculas bem diferenciadas, negrito, itálico e as suas combinações (negrito e itálico, por exemplo). Este é um teste importante: digite no seu processador de texto mesmo (ou dê copy-paste daqui) a sequência:

A a Á á À à Â â Ã ã Ä ä E e É é È è Ê ê Ë ë I i Í í Ì ì Î î Ï ï O o Ó ó Ò ò Ô ô Õ õ Ö ö U u Ú ú Ù ù Û û Ü ü C c Ç ç N n Ñ ñ

Se alguma coisa der erro (normalmente aparece um quadradinho no lugar da letra), escolha outra fonte. Essa vai te dar problema na hora em que você conseguir um cliente com nome estranho cheio de consoantes. Já elimina logo agora do seu computador para não cair em tentação depois.

Uma das poucas certezas que eu posso te dar é que a escolha de um tipo nunca é gratuita ou inocente. Não se deixe encantar pela vasta opção de fontes disponíveis, a maioria delas só pode ser usada em momentos muito especiais, em ilustrações ou em destaques específicos. Se você precisar, use uma segunda fonte. Jamais uma terceira. Promete?


Links externos:

Escritório do livro
Unos tipos duros – Teoría y práctica de la tipografía
Typographie & Civilisation
tipografia.com.br

Fontes gratuitas:
dafont.com
netfontes.com.br