O papel que você escolher para a sua publicação deve reunir uma série de características que garantam a relação custo/qualidade desejada. É importantíssimo lembrar que o processo de impressão é tão fundamental quanto o suporte. Chamamos de suporte tudo aquilo que recebe a impressão (poderia ser também plástico, tecido, metal, etc). Papéis brancos diferentes têm “brancuras” distintas. Branco quente é aquele que reflete um leve tom amarelado e branco frio o tom azulado. Naturalmente, o quente vai favorecer as cores quentes e assim por diante. A impressão final depende tanto das propriedades da tinta como as do papel. Por isso é que o produtor gráfico sempre pede a prova de impressão no mesmo papel que será usado no produto final. Papel é o tipo de coisa que você pode perguntar pra gráfica. Eles terão prazer em lhe explicar (talvez até mais do que você precise saber). O fabricante do papel, claro, vai dizer que o papel dele lava mais branco.

Alguns conceitos básicos

Você certamente já ouviu falar em gramatura. Gramatura é a medida da massa por unidade de área do papel. Usamos gramas por metro quadrado. O papel da sua impressora doméstica é de 75 ou 90 g/m². Quanto maior a gramatura mais “grossinho” o papel é. A gramatura é importante não apenas pelo lado físico do papel mas também pelo comercial: vende-se papel por peso e impressão por área.

O brilho é o que torna o papel reluzente ou lustroso. Quanto maior o brilho do papel, mais efeito de espelho ele vai ter. Opacidade é o quanto o papel bloqueia a luz. Quanto menor a opacidade, pior o contraste da impressão. Em áreas com grandes quantidades de tinta (os famosos “chapados”) a opacidade do papel tem uma grande influência na qualidade do produto final.

A direção das fibras determina como o papel irá se comportar depois de encadernado. O papel pode ser encadernado com as fibras paralelas à lombada para prevenir capas abertas, “beiços” e outras curvaturas indesejáveis.

A absorção do papel (a velocidade com que a tinta penetra no papel) é o que diz como o papel vai “chupar” a tinta. Esta característica é uma das determinantes do rendimento da tinta e do tempo de assentamento e secagem do papel. Quando falamos de livros, surge a preocupação de como o papel vai aguentar todo o processo posterior à impressão. Depois de colado e/ou costurado, o livro é refilado (apara de rebarbas), embalado e encaixotado.

Embalagens, por sua vez, precisam ser flexíveis e ao mesmo tempo resistentes e aguentar empilhamento. Por conta do barateamento dos processos de impressão em outros suportes, usa-se cada vez mais materiais plásticos para embalagens.

Enfim, o papel precisa ser escolhido caso a caso. Não adianta você decidir que ama o Chamois® e ponto final. Analise um produto de cada vez e pergunte por aí, na maior cara de pau.

Na hora de conversar sobre cor, o seu maior aliado é o produtor gráfico.

Para falar de papel o produtor é um bom intérprete mas a opinião da gráfica deve ser ouvida. Até porque as gráficas não vendem papel – elas encomendam o que você escolher – não havendo, portanto, conflito de interesses.