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Artigos, críticas e crônicas publicados no Jornal Rascunho

Azuis e vermelhos

Sentamos no café bem embaixo de uma figueirinha-roxa. Uma folha vermelha caiu sobre a mesa. De repente o caboclo designer se apossou do meu corpo e, como na…

Férias portáteis

Vi certa vez, no carro do lado, uma moça, durante o tempo de um sinal fechado, passar batom, delineador, rímel e escovar o cabelo. Ela estava lindíssima, maquiagem…

Posso entrar com o cachorro?

Descubro, aos poucos e eliminando o pouco de vergonha que ainda me restava nessa vida, que existem muito mais lugares do que eu imaginava onde podemos entrar com…

Janelas

Recebi uma pasta com anotações do Edu, meu pai biológico, a meu respeito. São entradas em um bloquinho. Vão até 1976. Comentários de um dramaturgo e psicólogo. Tudo…

Acinzentados e envelhecidos

Com o passar dos anos, chegam as rugas, os cabelos brancos e os profissionais indispensáveis. Vamos ficando velhinhos e queremos cortar cabelo com fulano, consertar o carro com…

Músicas, musgos e pterodáctilos

Chegamos mas não quero sair do carro. A música ainda não acabou. Mais uma estranheza minha no mundo. As pessoas não acham normal você ficar sentada dentro do…

O tao do dasein

A revista Sports Illustrated Swimsuit 2022 publicou uma capa com a modelo plus size Yumi Nu e o guru de autoajuda Jordan Peterson teve um faniquito a respeito….

Por uma beleza

Por opção de vida, sempre procurei a beleza no mundo e nas pessoas. Beleza, entretanto, não existe em formato puro. Nada é apenas belo (ou apenas feio). O…

Quatro telefonemas

Ilustração para a crônica QUINTELLA, Ary. Quatro telefonemas. In: Jornal Rascunho, ed. 267, 08/07/2022. Disponível em: <https://rascunho.com.br/liberado/quatro-telefonemas/>

Esteves

Descobri essa semana que passei os últimos 20, talvez 30 anos da minha vida, trocando o nome de um tio do meu pai, por causa de um livro…

Capa Rascunho Edição 267, julho de 2022

Capa da edição 267 do Jornal Rascunho, julho de 2022.

Contra o ódio

Narrativa gráfica é um gênero, por natureza, livre. Não apenas pela obviedade da mistura entre imagem e texto, mas principalmente pela desconstrução de todas as linguagens envolvidas ou…

Paraquedas, check

Finalmente aconteceu. A idade alcançou a crise e agora posso colocar a culpa da minha inquietude crônica, perene e ancestral na meia-idade. Saltei de paraquedas. Saltamos. O estopim…

A cachorra

A cachorra nova, que não substitui a morta, marca o início de um capítulo muito maior do que o resgate do animal. Como tudo na vida e no…

You go, girl

Nunca liguei muito para datas e acho mesmo que o bom é comemorar com afetos, tanto faz em que dia cai essa oportunidade (ou desculpa). Algumas datas, mesmo…

Provisórios

Fiz um enxerto ósseo, também conhecido como “levantamento de seio maxilar”. Ou, no meu vocabulário, “atropelamento por rinoceronte”. Meu rosto ficou do tamanho e da cor de uma…

Legítima defesa

Em O acontecimento, a francesa Annie Ernaux repete a construção e o tom dos anteriores Os anos e O lugar. A autora escreve a partir de cicatrizes. É…

Miojo de buchada

O fabricante do miojo anunciou duas versões doces do carboidrato instantâneo, “chocolate” e “beijinho”. A minha bolha está em polvorosa. Ao que tudo indica, é estranho. Confesso que…

Genialidade e solidão

Edu (o Coração de Ouro) usava o adjetivo “genial” como se fosse vírgula. Fulano? Ah, Fulano é genial. Kisuco? Genial! Não sei dizer se era um traço da…

La vie en tournesols

Minha mente e eu muitas vezes discordamos do que é prioritário. Eu aqui, cheia de trabalhos para entregar e a desgraçada pensando em florzinhas. Não, la vie não…

O TikTok do Lautrec

Conversas que acontecem na minha casa: — Hoje é aniversário do van Gogh! — Liga pra ele. — Mandei parabéns no Twitter. Se ele fosse vivo, certamente não…

Destaques maio

Destaques de maio de 2022 no Rascunho “Uma autora da França também dá as caras na edição. Em Legítimas defesa, Carolina Vigna — cronista do Rascunho — mostra…

Quem faz sentido é soldado

Meu melhor e mais antigo amigo me conta que perdeu a habilidade de se comunicar com os “normies”. Para quem não conhece, normie é gíria para pessoas comuns,…

Olheiras viscoelásticas

E eis que, finalmente, aconteceu. Minhas olheiras não apenas chegam antes de mim aos lugares como se tornaram público-alvo do mercado de colchões. As divas da Ortobom. As…

Me interessam os vivos

Existe uma certa inveja — quero crer que em todos, não me deixem sozinha nessa, por favor! — em ler um livro muito bem escrito. Dá um pouco…

Severinos e Volodymyrs

O LinkedIn, lugar mais tóxico de toda internet, manda notificação para que eu parabenize uma pessoa por 32 anos trabalhando no mesmo lugar. Conheço gente que gosta verdadeiramente…

Uma oferta que não recuso

Martin Scorsese tem razão. Se não sobre tudo, ao menos sobre seus próprios filmes. Quando lançou O irlandês, o cineasta pediu que não vissem seus filmes na tela…

Kuleshov, o jogo

Ele passa, explicando para alguém, “ativo”, “passivo”, “passivo circulante”, “líquido”. Demorei um bom tempo para entender que o assunto era contabilidade e não uma orgia. Sou distraída, o…

Memórias em camadas, palimpsestos

Minha vizinha e parceira de experimentos culinários tem 8 anos. Muito melhor que qualquer profissional em ânimo, presença, afeto e companhia. Não troco por nada. Meu parceiro de…

Burocrata nem é gente

Para agendar um exame, preciso fornecer para a atendente todos os meus dados. CPF, RG, endereço, CEP, telefone, carteirinha do plano, data de nascimento, e-mail, tipo sanguíneo, etnia,…

Com cicatrizes, sem afeto

Estou aqui tentando me recuperar do mansplaining do dia. Sim, é todo dia. Esse foi sobre tecnologia, um assunto que os homens acreditam lhes pertencer. Eu, que fui…

Crimes e toxicidades

Ele riu. Não um riso aberto, um riso de lado, de escárnio. Naquele riso, li todas as minhas inseguranças, meus medos. Naquele ridículo e rápido momento, minha autoestima…

A caixa de lápis

  Começo um projeto novo, de imagem. Decido usar um tipo específico de lápis, para criar um determinado efeito que quero. Eu tenho esses lápis. Eu tenho herdados….

Nós, os perdidos

Por influência de um amigo, comprei livros do escritor e ilustrador australiano Shaun Tan. Teoricamente infantojuvenis, são daqueles títulos essenciais para todos. São, também, lindíssimos. Os livros de…

Nem toda brasileira é bunda

Munida de forças retiradas do além, saí de casa para uma das atividades que mais odeio na vida: comprar roupa. Era isso ou ingressar no nudismo. Como não…

Cartas de leitores – Fev. 22

Me identifiquei com a autora [sobre a crônica “Nem toda brasileira é bunda”, de Carolina Vigna]! – Wilma de Vera Cruz Carta gentilmente enviada ao Rascunho, publicada na…

O viaduto mais íngreme do mundo

  Ilustração para CASTRO, Guilherme Azambuja. O viaduto mais íngreme do mundo. In: Rascunho, v. 21, n. 262, FEV 2022, p. 39.

A repetição

  O mundo se torna um lugar estranho em finais de ano. Não gosto. Gosto mesmo é de dias úteis, lugares a ir, compromissos, trabalho e o zum…

Cartas dos leitores

Nunca sei direito o que fazer com esse feedback mas fico sempre muito contente. Faz diferença na vida da gente, sabe? Mandem cartas sim, mandem muitas! Coloco aqui…

O inferno está vazio

Não consigo escapar da reflexão autobiográfica clichê de final de ano. Minha memória não tem índice ou qualquer tipo de organização e ainda por cima eu erro datas…

A boca

Discordo de quem acha que o ginecologista e o urologista são os profissionais da saúde que atuam no campo mais íntimo do nosso corpo. É o dentista. Pela…

O xadrez do amor

Vênus e Marte decidem jogar xadrez e nós temos o registro dessa partida. É sério. Na verdade, os jogadores eram Don Francí de Castellví (c. 1435-1506) & Narcís…

Black nanquim

Sonho com aguadas de nanquim, pinceladas de aquarela, rasgos de carvão e traços a bico de pena. É um sonho bom. Acordo sem querer acordar, acordo querendo pintar,…

PS com dromedário

Recentemente passei alguns dias indo a médicos. Nada grave. Doloroso, mas não grave. Minha mão esquerda decidiu que já estava bom pra ela, que esse negócio de pandemia…

Queijazz

Reunimos, em uma mesma comemoração, uma pessoa vegana, uma que só come carne vermelha, uma que só come peixe, uma que não come peixe, duas que adoram azeitona,…

Cine Dimeticona

Ir ao cinema é, sem sombra de dúvida, o que eu mais gosto de fazer fora de casa. Muitos partilham desse gosto. Poucos, provavelmente, compartilham a associação muito…

Um ano de luto e literatura

Ilustração para SECCHES, Fabiane. Um ano de luto e literatura. In: Rascunho, vol. 21, n. 260, Dezembro 2021, p. 20.

Carlos Marighella, baiano

Assisti a Marighella em um Cinemark desconfortável, lotado e sem ar condicionado. Perdi os últimos minutos do filme. Precisei sair da sala de cinema para não desmaiar. Muita…

Panis et panis

Comecei a fazer pães em casa. Eu sei, atrasada para o rolê. Durante a pandemia, um monte de gente decidiu virar padeiro. Como existe uma padaria que entrega…

Uma chance de voltar a partir

Encontro um antigo caderno de anotações cheio de desenhos e escritos. Dentre eles, a anotação “uma chance de voltar a partir, Lacan”, sublinhada. A citação volta a me…

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