Cá entre nós, a verdade nua e crua é que a maioria dos autores infantis, por melhor que desenhe, não conhece bem gráfica. O que a gente recebe de ilustração com especificações inadequadas, nem te conto. Isso sem nem falar em formato. Às vezes (ok, na maioria das vezes, ok, quase sempre) as editoras trabalham com determinados formatos e sair deles é uma dor de cabeça sem tamanho.
Sair de um formato habitual, para a editora, muitas vezes significa reposicionamento no PDV, perda de papel e às vezes até troca de gráfica. Olha, dá tanto, mas tanto trabalho, que por isso eu sempre recomendo os autores de mandar os textos sem nada, para não ter mais um “quesito atrapalhador” na aprovação do texto.
Mandando as ilustrações separadas
Ao optar por esse caminho, você tem a vantagem de deixar o editor mais livre para adequar o seu original dentro da linha dele mas tem a desvantagem de que o resultado pode não sair exatamente o que você considera mais adequado para aquele texto/imagem.
Entregando a boneca pronta
Optar pelo caminho 2 tem a vantagem de que você sabe o que vai sair dali mas a desvantagem de que você “engessa” o editor. Aí, se você for neurótico com TOC como eu, monta uma boneca para cada editor, de forma a não atrapalhar a vida do cara e ao mesmo tempo manter o que você quer.
Ilustrando para outros escritores
Pode ocorrer de você querer também ilustrar para outros escritores, uma vez que tenha seu trabalho aceito pela editora. Isso é, ao mesmo tempo, muito legal e difícil. Mas é isso mesmo: só mandando o seu trabalho é que o editor vai saber.
Se você tiver isso em mente, é melhor enviar o texto e ilustrações separadas, com o argumento de “é esta ilustração que eu gostaria de apresentar para o texto e este estilo que eu gostaria de oferecer para outros títulos, como freelancer.”
Acho mais simpático do que “ó, taí o livro como deve ser”, que, cá entre nós, é meio arrogante. 😉