Entrevista para o portal EduKbr
Apaixonada por Animação
Carolina Vigna-Marú
Ela é animadora, designer e, como ela mesma diz, “está” jornalista. Tem 31 anos, mas só começou a ver desenhos animados por volta dos 20. O interesse tardio não diminuiu o talento que Carolina Vigna-Marú possui. Afinal, a animação é uma grande paixão em sua vida.
“Animar é recriar, é criar o mundo livremente, sem se ater a regras pré-estabelecidas de lógica, relações ou física”, filosofa Carolina.
Com especialização em Computação Gráfica pelo IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), ela tem no design gráfico seu maior portfólio e possui também uma micro-empresa baseada na web, a Vigna-Marú Produções. É ela a responsável pelos projetos gráficos, animações, html e tratamento de imagens.
O “estar” jornalista, segundo ela, é porque seu registro foi conseguido através da liminar que liberou a profissão para quem não tivesse o diploma. Para Carolina, escrever sobre design, animação e estética é uma conseqüência natural da profissão. Mas o amor pela animação acaba sendo maior que suas outras atuações, equivalendo a nada menos do que uma forma de arte.
“Por natureza, toda produção intelectual é uma forma de arte. Animação não foge à regra. Animar é como fazer cinema, só que com mais liberdade”, diz.
Mesmo sem ter começado desde cedo, Carolina sempre se interessou pelas artes, e acredita que, assim como o site ArteManhas, do nosso Portal EduKbr, quanto mais cedo o indivíduo for exposto às artes, melhor. Para ela, a estética é a forma mais civilizada e social da expressão, sendo quase um desdobramento da ética. “O entendimento de um mundo possível é vital para a educação de qualquer um, em qualquer idade. Aproveitar a experiência estética com prazer deveria ser um dos direitos da criança e do adolescente”, reflete Carolina.
A animação acabou entrando em sua vida através de desenhos animados, cartuns, cinema, chegando ao cinema de animação. Para quem quer começar no ramo, Carolina dá a dica. Assistir de tudo, vendo desde animação russa, japonesa, a filmes antigos, Warner Brothers, vídeos experimentais e grandes produções hollywoodianas. “O animador é, antes de mais nada, um sintético de todas as suas referências. Quanto mais referências, melhor”.
E Carolina sabe disso. Ela esteve presente nos festivais Anima Mundi ’98 (Brasil) e Avanca ’98 (Portugal) com sua animação autoral “Tão Longo Amor”. Em 2001, Carolina foi a crítica do festival Anima Mundi ’01 para a organização internacional ASIFA (um órgão da UNESCO).
Para este ano, a designer trabalha numa animação de música folclórica, chamada “Se essa rua fosse minha”, com arranjo de Marcelo de Alvarenga e música da cantora lírica Márcia Cabral, e espera participar, em 2003, do Anima Mundi.
“A música está lindíssima. Espero que meu filme fique à altura do áudio”, torce Carolina. Para quem conhece o trabalho da animadora, não tem dúvida de que vai ficar ainda mais bonito.