Usada pelo presidente Barack Obama para arrecadar dinheiro para sua campanha, divulgar suas propostas e adquirir notoriedade, a internet também está sendo utilizada por partidos políticos brasileiros que já começam a colocar na web conteúdo “não-oficial” para as eleições de 2010.
Carolina Vigna-Marú, consultora e especialista em multimídia e internet, diz que a popularidade deste tipo de comunicação deve-se a três fatores. O primeiro aspecto desta mídia é interação. “O relacionamento é a palavra chave na web 2.0 [termo utilizado para descrever o movimento que enfatiza o conteúdo colaborativo gerado entre internautas em sites e redes sociais]”.
Ela fala que o segundo fator é a possibilidade de se ter um canal de comunicação sem limitação de espaço e tempo, em que os políticos podem explorar mais do que 30 segundos no rádio ou na TV para apresentarem suas propostas.
Segundo a consultora, o terceiro ponto que favorece a utilização da internet na campanha eleitoral é o marketing viral, divulgação feita pelos próprios internautas de algum conteúdo de que gostaram para outros usuários.
“Você coloca um vídeo legal na internet falando das suas ideias e seu eleitor fala: puxa, queria falar sobre isso para meu amigo que está em outra cidade!’. Pronto, na hora que o usuário reproduz e divulga seu conteúdo você está fazendo um viral”, diz.
A especialista lembra que durante a campanha para a Presidência dos Estados Unidos Barack Obama, que assume ser viciado no aparelho BlackBerry, utilizou extensivamente diversas ferramentas da internet, entre elas, o Facebook, o Twitter, e mapas para localizar eleitores simpatizantes.
“Esse tipo de resposta rápida e precisa é algo que a internet é capaz de fornecer melhor hoje em dia do que as mídias antigas”, afirma.
Vigna-Marú fala que Obama conseguiu arrecadar mais da metade dos fundos para sua campanha eleitoral em 2008 por meio da internet.
“Os números são impressionantes. Dos US$ 750 milhões que ele conseguiu arrecadar, mais de US$ 500 milhões foram conseguidos online, com doações pequenas, em média de US$ 80, mas começando com US$ 5. Isso é uma estratégia brilhante porque, entre outros benefícios, valoriza o cidadão comum, que agora percebe que faz diferença”, explica.