Uma simpática leitora nos enviou um email perguntando sobre o momento de escolher a editora. Grande ou pequena? Achei que a pergunta talvez fosse de interesse para mais pessoas. Digo a pergunta porque a resposta eu não tenho.
Vou supor aqui neste artigo que estamos falando de autores ainda não consagrados. Até porque o autor que tem um “nome cartão-de-visita” certamente não precisa de orientação na escolha de editora, certo?
photo credit: David Masters
Grandes
A vantagem das grandes é, principalmente, a distribuição. Marketing mesmo elas só fazem para autores mais consagrados, o tal do “investimento certo”, um paradoxo que eu nunca consegui entender direito (não são estes, justamente, os autores que não precisam de marketing?). Voltando, a distribuição das grandes é uma enorme vantagem.
Distribuição é o calcanhar de Aquiles do mercado editorial e nisso as editoras grandes e/ou antigas e/ou famosas saem na frente. Ser publicado por uma grande tem inúmeros benefícios, como por exemplo status, boa distribuição, melhores vendas, melhor penetração na mídia, melhores tiragens.
Pequenas
Antes de mais nada, é importante fazer uma diferença entre a pequena-jovem e a pequena-nicho. Existe a pequena que tem experiência mas que optou por um nicho de mercado e portanto é e será sempre pequena e existe a pequena que na verdade quer ser uma multinacional quando crescer mas ainda usa calças curtas.
Pequenas jovens
Nestas você vai encontrar garra, adrenalina, boa vontade, gente de cabeça jovem e idéias frescas. E isso é ótimo. Prepare-se, entretanto, para prazos mais longos e alguns tropeços no meio do caminho. Vão certamente tentar compensar a dificuldade em distribuição com uma presença online e isso é bom.
O mundo é digital. Só pense bem no tipo de publicação que você escreveu antes de decidir. Se o seu trabalho é uma monografia, por exemplo, talvez não seja um bom caminho porque o seu público-alvo não está acostumado a redes sociais. Por outro lado, se você escreveu uma graphic novel, certamente uma editora jovem será uma boa parceira. Ou seja, é preciso escolher com cuidado.
Pequenas nicho
Sei que pode parecer um pouco óbvio mas… Certifique-se que o nicho da editora é o que você escreveu. Não adianta você enviar um original de poesia para uma editora especializada em ficção científica. Não adianta você enviar um livro homo-erótico para uma editora infanto-juvenil. Por melhor que seja o original, eu te garanto que a editora não vai publicar. As editoras de nicho não optaram por uma especialização à toa.
O lado bom é que você provavelmente não vai encontrar ninguém que trabalhe melhor o seu livro do que eles. E aí vale sacrificar uma grande distribuição porque vão ser estas editoras que vão saber colocar melhor o livro nos eventos especializados da área, que vão colocar o livro nos fóruns de discussão, que vão trabalhar tanto a estória quanto o autor em todo acontecimento da área. E mais, são profissionais respeitados por este mesmo nicho. Esta é a cereja do sundae, é o melhor dos dois mundos. Infelizmente não são muito comuns.
Resumo da ópera
A escolha da editora é muito mais relacionada ao conteúdo do seu livro do que ao porte da editora. Claro que não é o único método de seleção, mas um dos melhores que eu conheço, é ir a uma grande e boa livraria e selecionar uns 20 ou 30 livros que se pareçam em conteúdo com o que você escreveu. Anote o nome das editoras.
No site da CBL ou da SNEL tem os endereços das editoras. Imprima o seu original e envie aos cuidados do Conselho Editorial (encadernado, espaço duplo, corpo 12, fonte boa de ler tipo Arial ou Times, em preto e branco, com seu nome, email e telefone no rodapé). E, claro, boa sorte!
Links fundamentais:
- SNEL >
- CBL >