Matéria publicada na GCN.net.br em 12/05/2016

De autoria desconhecida, a cantiga popular “Se essa rua fosse minha” foi escrita em homenagem à princesa brasileira Isabel.

“Se essa rua, se essa rua fosse minha/ Eu mandava, eu mandava ladrilhar/ Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante/ Só pra ver/ Só pra ver meu bem passar// Nessa rua/ Nessa rua tem um bosque/  Que se chama/ que se chama solidão/ Dentro dele/ Dentro dele mora um anjo/ que roubou/ que roubou meu coração// Se eu roubei/ Se eu roubei teu coração/ Tu roubaste/ Tu roubaste o meu também/ Se eu roubei/ se eu roubei teu coração/ Foi porque/ foi porque te quero bem.”

Quase todas as crianças brasileiras conhecem esta cantiga de roda. Mas poucas sabem que ela foi criada por um compositor anônimo para homenagear a princesa Isabel Cristina Leopoldina Augusta Miguela Gabriela Rafaela Gonzaga de Órleans e Bragança. Ela nasceu no dia 29 de julho de 1846 às 6h26, no Rio de Janeiro, e morreu no dia 14 de novembro de 1921, na cidade de Eu (na França), terra natal de seu marido. Seu nome faz parte da história do Brasil. Ela era filha do imperador Pedro II e foi regente do Brasil por três vezes, quando seu pai estava viajando.

A Princesa Isabel assinou a Lei Áurea no dia 13 de maio de 1888. Esta lei extinguia a escravidão no Brasil. Por esse feito, foi agraciada com a comenda  Rosas do Ouro, o maior reconhecimento concedido pela Igreja Católica a chefes de Estado. Pela Abolição da Escravatura  recebeu do jornalista José do Patrocínio o título de “A Princesa Redentora”. Ela  foi uma das grandes defensoras do ensino público no Brasil. Amiga de Santos Dumont, o inventor do avião, incentivava-o nas suas invenções. Isabel foi muito estudiosa e dizem que estudava regularmente 12 horas por dia, só fazendo intervalo na hora do almoço. Ela se formou em Química na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Se você se interessa pelo assunto, leia o lindo livro de Carolina Vigna-Marú, com ilustrações muito sugestivas, chamado Isabel.  É da Editora Cortez. A professora Ildamara, da Escola “Professora Gissi Ceraso”, que o leu no ano passado, faz a sugestão. Em 2015, uma de suas alunas, Raiza Rony Aparecida Santos, também leu o livro e produziu um desenho a partir de sua leitura. Nós achamos tão bonito que resolvemos publicá-lo.