FalaFreela#124 – Arte serve para quê, afinal?
Estamos aqui para começar uma conversa. Venha com a gente
Eu, Carol e Domene já gravamos juntos faz tempo. Nossos filhos cresceram, se formaram, alguns já até mestrado estão fazendo e, de tempos em tempos, a gente se reencontra – ainda que virtualmente – e produz programas do FalaFreela.
Voltamos, pois, na oitava temporada, com essa missão (eu ouvi Quixotesca?) de abrir mais o nosso foco e falar para um público maior. Mas, em nossa essência, somos pessoas ligadas às artes e cultura desde o berço. E, daí, na fila de pautas, esses temas estão lá, nos esperando de braços abertos. Isso não surpreende, claro.
Mas o que nos trouxe uma grata surpresa nesse FalaFreela#124 foi como chegamos a um resultado tão, tão legal. Nossa ideia partiu do fiasco da Regina Duarte na Secretaria Especial de Cultura. Mas, sinceramente e ainda bem, falamos pouco mais do que décimos de segundo sobre o fato. Por que o que nos interessa, mesmo, é a reconstrução de um daqui pra frente. E, claro, tentar responder a pergunta título do programa dessa semana.
Ainda bem que não conseguimos! Deixamos para vocês, seguirem conversando com a gente! Vem de e-mail, de zap, de Telegram ou Insta!
Resumo caprichado do programa dessa semana
- Começamos lembrando que a arte estar é crise não é uma crise, é um projeto. É uma paráfrase ao que disse Darcy Ribeiro há muito tempo atrás, referindo-se à época à crise na educação;
- Lembramos que, no fundo, é quase inútil a tarefas de definir o que é arte. E olha que quem falou isso são dois artistas. Confere aqui as trilhas que o Maurício Domene já entregou em sua carreira e a última exposição da Carolina Vigna;
- Indicamos para ajudar nesse entendimento o livro do Frederico Moraes: Arte é o que eu e você chamamos de arte;
- Falamos sobre arte pragmática, naturalista e formalista, suas diferenças e possível linha evolutiva. Para complementar, esbarramos de leve na questão aurática do Walter Benjamim e nos temas envolvendo o olhar do observador, como pontuado por Jonathan Crary em Técnicas do Observador, livro que também indicamos;
- Demos uma passada rápida sobre outras produções no mundo do podcast que tenho feito pela contemconteudo.com, comentando um episódio ainda no forno com o artista plástico Luiz Telles;
- No centro do programa propomos: ela não serve para nada mas serve para tudo, não é o único caminho, mas é um dos mais importantes. Em função dessa abordagem o papo nos levou para exemplos bem díspares mas gostosamente complementares como a Bíblia Pauperum – O cordel da idade média; a estranha relação entre Getúlio Vargas, Villa Lobos e o Fascismo e o documentário A Arquitetura da Destruição;
- Chegando próximo ao final, falamos sobre financiamento público para artistas: o grande risco de criar uma gaiola de ouro; embora seja sim função do Estado garantir acesso a cultura;
- E para descontrair ouvimos o Bisaco do Doido, um canal de Youtube fora dos padrões e sua possível relação com o pensamento de VIlém Flusser, sobre o qual fiz um programa bem completo no meu outro podcast, o projeto mauroamaral.com;
- Fechamos um dos melhores programas que já gravamos juntos com a trilha de Heraldo do Monte, gravada no Show Voa Viola em Belo Horizonte, 1º/12/2010 no Palácio das Artes.
E agora?
Bom, como lembramos no início do programa, esperamos comentários, interações e sua participação nessa importante discussão. O que é arte para você, afinal?